quinta-feira, 20 de maio de 2010

Olhar para fora quando a ferida está dentro?

O Brasil (junto com a Turquia) fechou nessa semana um acordo com o Irã para resolver um problema que já durava alguns anos. Foi uma boa intenção Brasileira, no entanto considerada “inocente” por muitos e isto não à toa. O Irã não é tão confiável, já que escondeu seu programa de enriquecimento de Urânio por 18 anos.

Charge do Bennet. Clique para conhecer seu blog. 
Relações exteriores são importantes, pois nenhum país sobrevive sozinho. Mas o que me faz pensar mesmo é a situação que encontramos aqui enquanto o (ex) presidente se envolve com questões do outro lado do mundo que não deveriam ser nossa prioridade agora.

Apesar da fase boa que o País passa (e não sabemos por quanto tempo ela pode durar), ainda há muito o que se fazer por aqui antes de se envolver com tais questões internacionais. O Brasil ainda tem sérios problemas a resolver que muitos países já os venceram.

A educação precisa urgentemente de uma reforma. E não muitos têm mais autoridade do que eu, estudante, para afirmar isso. Problemas de estrutura, legislação disfuncional, corpo docente mal preparado, salários injustos, grade curricular precária e alunos mal-educados.

Se o assunto é saúde então, também temos grandes dificuldades. Apesar de termos atendimento pelo SUS e remédios nos Postos de Saúde gratuitos, eles são insuficientes e carecem de qualidade. A Dengue também é uma doença que vive nos rodeando, sem se tomar medidas eficazes contra ela.

O índice de desemprego até que está controlado (cerca de 9%) e o salário mínimo vem aumentando. Apesar disto, o PIB per capita brasileiro ainda é baixo e a desigualdade na distribuição de renda é extremamente sobressalente, sendo a segunda pior do mundo (o link é de uma notícia da FSP).

Enquanto muitos países já passaram por sua Reforma Agrária, o Brasil é gravemente atormentado com essa falta de distribuição justa de terras. Um vizinho meu já perdeu vários alqueires para sem-terra, organizados em um movimento em que são grandes os casos de fraudes. E mesmo quem tem terra e teto, ainda sofre com problemas de estrutura urbana.

Não ficar assustado com a violência emergente também é impossível. Minha cidade que é pequena já sofre bastante, imagino a nível nacional então. Problemas com substâncias ilícitas, com o sistema carcerário e assassinatos são equações a resolver.

O bolso do brasileiro diz claramente que o problema do governo não é dinheiro: o país apresenta a terceira maior carga tributária do mundo (38% do PIB). Aquele que veste verde-amarelo já deve estar preparado para trabalhar 150 dias para pagar o governo. No entanto, onde está vindo o retorno? Eis o problema dos gastos públicos.

congresso_nacional_noturno_dsc_0033_s

Falando em gastos públicos, chegamos diretamente aos parlamentares. Ontem o senador Demóstenes Torres afirmou que, no mínimo, 25% deles não estariam mais lá se o Ficha Limpa já tivesse sido aprovado. O que nos lembra que a integridade moral e a responsabilidade política não é algo influente no nosso atual sistema eleitoral.

Concordo que o Brasil tem potencial para se tornar um grande país, visto o perfil da nação, os recursos naturais, o crescimento econômico, entre outros. Tanto que o Brasil já é a oitava maior economia do mundo. Entretanto, para alcançar o pódio é preciso uma solução eficaz para esses problemas de base. Quando resolvidas pelo menos algumas daquelas questões, aí sim teremos moral e será prudente focar nas grandes questões internacionais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Incentive quem escreve e acrescente ao assunto: comente!