O Brasil (junto com a Turquia) fechou nessa semana um acordo com o Irã para resolver um problema que já durava alguns anos. Foi uma boa intenção Brasileira, no entanto considerada “inocente” por muitos e isto não à toa. O Irã não é tão confiável, já que escondeu seu programa de enriquecimento de Urânio por 18 anos.
Relações exteriores são importantes, pois nenhum país sobrevive sozinho. Mas o que me faz pensar mesmo é a situação que encontramos aqui enquanto o (ex) presidente se envolve com questões do outro lado do mundo que não deveriam ser nossa prioridade agora.
Apesar da fase boa que o País passa (e não sabemos por quanto tempo ela pode durar), ainda há muito o que se fazer por aqui antes de se envolver com tais questões internacionais. O Brasil ainda tem sérios problemas a resolver que muitos países já os venceram.
A educação precisa urgentemente de uma reforma. E não muitos têm mais autoridade do que eu, estudante, para afirmar isso. Problemas de estrutura, legislação disfuncional, corpo docente mal preparado, salários injustos, grade curricular precária e alunos mal-educados.
Se o assunto é saúde então, também temos grandes dificuldades. Apesar de termos atendimento pelo SUS e remédios nos Postos de Saúde gratuitos, eles são insuficientes e carecem de qualidade. A Dengue também é uma doença que vive nos rodeando, sem se tomar medidas eficazes contra ela.
O índice de desemprego até que está controlado (cerca de 9%) e o salário mínimo vem aumentando. Apesar disto, o PIB per capita brasileiro ainda é baixo e a desigualdade na distribuição de renda é extremamente sobressalente, sendo a segunda pior do mundo (o link é de uma notícia da FSP).
Enquanto muitos países já passaram por sua Reforma Agrária, o Brasil é gravemente atormentado com essa falta de distribuição justa de terras. Um vizinho meu já perdeu vários alqueires para sem-terra, organizados em um movimento em que são grandes os casos de fraudes. E mesmo quem tem terra e teto, ainda sofre com problemas de estrutura urbana.
Não ficar assustado com a violência emergente também é impossível. Minha cidade que é pequena já sofre bastante, imagino a nível nacional então. Problemas com substâncias ilícitas, com o sistema carcerário e assassinatos são equações a resolver.
O bolso do brasileiro diz claramente que o problema do governo não é dinheiro: o país apresenta a terceira maior carga tributária do mundo (38% do PIB). Aquele que veste verde-amarelo já deve estar preparado para trabalhar 150 dias para pagar o governo. No entanto, onde está vindo o retorno? Eis o problema dos gastos públicos.
Falando em gastos públicos, chegamos diretamente aos parlamentares. Ontem o senador Demóstenes Torres afirmou que, no mínimo, 25% deles não estariam mais lá se o Ficha Limpa já tivesse sido aprovado. O que nos lembra que a integridade moral e a responsabilidade política não é algo influente no nosso atual sistema eleitoral.
Concordo que o Brasil tem potencial para se tornar um grande país, visto o perfil da nação, os recursos naturais, o crescimento econômico, entre outros. Tanto que o Brasil já é a oitava maior economia do mundo. Entretanto, para alcançar o pódio é preciso uma solução eficaz para esses problemas de base. Quando resolvidas pelo menos algumas daquelas questões, aí sim teremos moral e será prudente focar nas grandes questões internacionais.
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