domingo, 5 de setembro de 2010

Amor da rua

Centenas de folhas são levadas pelos ventos.
Mas por que é tão difícil pegar uma entre esses pensamentos?
Junto com as folhas, as nuvens vem e vão.
Elas fazem tempestades, fazem dias de verão.
Nas tempestades, minha casa se destrói,
Faz coisas que o sol, em anos não reconstrói.
E entre essas estações do ano, Eu sobrevivo.
Não vivo.

Os livros da escola estão pesados.
Estudamos as folhas, para um dia, voar as rolhas.
Mas depois destas champanhes, brindes e festa,
Sei que ainda vou virar altas madrugadas.
E entre essas noites e manhãs raiadas, não vivo.
Eu sobrevivo.

As memórias do nosso tempo preenchem minha cabeça.
Só contribuem para que eu enlouqueça.
E as lembranças bonitas,
como as de nós deitados na calçada,
Vão sendo varridas com as folhas pela estrada.

Talvez outra daquela lua nunca brilhe mais pra mim.
E entres essas páginas não apagadas, cheias de "como assim?",
Mais um dia Eu sobrevivo, sem sentido,
Sonhando que um dia,
Um outro coração viva comigo.

(Giovane Negrini – Poesia enviada por mim para o Festival Poético 2010 do SESC)

Às vezes aparecem pessoas na nossa vida que parecem ser O Amor da nossa vida. Isso principalmente quando se é muito novo e apaixonado. E quando a pessoa ainda é realmente boa (além da paixão), essa sensação dura por um bom tempo.

Às vezes acho até hoje que O amor da minha vida foi um alguém da minha infância. Época essa que infelizmente já ficou para trás a um tempo. Alguém que jogava e brincava comigo, que me dava romance, aventura e carinho.

O que realmente aconteceu entre nós eu não sei, nem ela sabe. Nem lembramos de tudo, para falar a verdade. Mas minha hipótese mais razoável é que nós éramos muito novos e não sabíamos lidar com aquele sentimento que ainda parece que foi tão intenso.

As desilusões fazem parte da vida, e felizmente a minha é apenas de amor. O que não quer dizer que eu ainda não sofra. Acredito que isso tenha mudado minha vida num aspecto bem importante, mas que gostaria de retornar atrás. Mas já que essa nostalgia, essa lembrança e esse medo, restantes não vão embora, o que me resta é expressar através da arte, que escrevo ainda com imaturidade e simples. Mas com um profundo valor.

Não há no mundo prazer mais verdadeiro e ardente do que ver uma nobre alma abrir-se para outra. (Goethe)

É uma pena que muitas vezes esse prazer não é recíproco, e que muitas vezes também não estamos preparados para entendê-lo, para vivê-lo e aceitá-lo.

2 comentários:

  1. Adorei tudo que você escreveu, você escreve muito bem, parabéns! Um beijo

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  2. obrigado Bia, gosto muito das suas postagens tmb
    bjo

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